Como
enfrentar o eterno dilema entre dois aspectos tão importantes na prática museal
– PROTEÇÃO vs EXPOSIÇÃO?
É mais do
que sabido que uma das missões dos espaços museais é favorecer ao público
diferentes formas de apropriação de seu acervo – e expô-lo é um pré-requisito
para isso. Mas também sabem os profissionais que atuam na área museal que a
peça exposta é mais sujeita a riscos, por ficar menos protegida. “Ou isso, ou
aquilo”, poetizava Cecília Meireles...
Também os
adultos ficam às vezes na dúvida sobre o que oportunizam, ou não, às crianças
com as quais convivem – tanto em casa, quanto nos espaços coletivos.
Recentemente presenciei uma cena no Parque Nacional do Iguaçu/PR que penso que
vale para nossa reflexão sobre proteger/expor.
No Parque há vários mirantes. Em um deles, a pessoa vai
andando mais e mais sobre as águas, e esguichos da queda se transformam numa
cortina de gotículas. Assim sendo, ali naquele ponto a regra é se molhar!
Crianças pulam alegres, riem alto, passam as mãos nos braços molhados, esfregam
os olhos, abrem a boca (adultos também, mas em geral são mais comedidos...).
Uma menina à minha frente, aparentando ter 9, 10 anos, repetia: “É massa! É
massa!” – e me olhava gostando de perceber minha concordância. De repente,
observo outra família. Compraram capas de chuva e embrulharam cuidadosamente a
bolsa, a máquina fotográfica e, sobretudo, a filha de cerca de 4 anos. Mais
perto de mim, ouço a mãe comentar para a criança tampar os ouvidos com as duas
mãos para não entrar água. Começam a avançar na ponte/passarela. O pai,
preocupado, prefere pegar a menina no colo para maior segurança. A mãe
recomenda boca fechada, “porque a água é suja”. A criança, devidamente
“encapada”, está com as duas mãos nos ouvidos e a boca trincada com força. Ao
primeiro respingo de água nos olhos, aperta-os e os esfrega. Imediatamente o
pai recomenda que ela encoste a cabeça no seu ombro e esconda o rosto, fechando
os olhos (!).
Como será para essa criança a memória do Parque Nacional
do Iguaçu, com sua visita que exclui a visão das águas E o som
das quedas E a sensação do corpo molhado pelo vapor multidirecional E
a temperatura e sabor da água na boca... O que sobrou para ela, gente?!
Essas e tantas outras reflexões – umas mais teóricas,
outras de cunho mais cotidiano, mas sempre envolvendo a tríade equipamento
cultural, educação e infância – são escritas por mim no BLOG Repensando
Museus – hoje com 118 postagens, 161 seguidores e mais de 21090
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muit@s devem saber, para divulgar as ações, eventos e comentários na área da
educação, infância e cultura, também criei o twitter Repensando Museu
(sem o S!), hoje com 184 seguidores: http://www.twitter.com/ repensandomuseu;
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Maria Isabel Leite –Doutora em Educação (UNICAMP), com
Pós-Doutorado em Arte-Educação, na área de Educação Museal
(RoehamptonUniversity/Londres) .
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